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sábado, 28 de julho de 2007

Poemas X - Apenas uma Onda


Uma Onda

Arrastada pelo vento
chega branca e salgada
mas, desfaz-se em um momento
numa praia desolada.

Carregada pela maré
por quilómetros sem fim,
a onda leva consigo
o perfume de um jardim.

Algas são flores do mar
que alimentam o seu perfume
e, a maré trás consigo
a certeza de um ciúme.

Até a linda roseira
num jardim à beira mar,
murcha com o travo agreste
da forte brisa do mar.

Olhos olham, impotentes
a força da maresia
que engole no seu seio
a majestosa baía.

Ó mar, fonte de vida,
como te posso entender
se, a uns levas comida
e a outros fazes sofrer.

Sentado numa falésia
alguém brada um lamento.
Só lhe resta olhar as ondas
arrastadas pelo vento.


Surf in Peniche


© H. Vicente Cândido (21-1-2007, Peniche)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Agradecimentos

Após o lançamento do livro "Padre Nosso" no passado Sábado, sinto-me na obrigação de deixar aqui um agradecimento à Câmara Municipal de Peniche por todo o apoio e por ter facultado para o efeito o Auditório do Edifício Cultural.

Um agradecimento especial para o Sr. vice-presidente Jorge Amador, para a Sra. Teresa Lopes e para o Sr. António Évora que me acompanharam desde o inicio na preparação deste evento.

Mas, o maior agradecimento vai sem dúvida nenhuma para todos os que estiveram presentes. Embora no número modesto que é normal para esta época do ano (O sol, o calor e o final de semana convidam a passar mais umas horas nas nossas excelentes praias atrasando a hora do jantar e tornando muito mais atraentes eventos ao ar livre), mostraram uma boa aceitação do livro que ia sendo esfolhado com curiosidade e interesse durante toda a apresentação e no beberete, enquanto esperavam um autógrafo.

Resumindo:

O meu muito obrigado a todos.





sábado, 21 de julho de 2007

PADRE NOSSO - Levantando o Véu..!

Como prometido em 'Posts' anteriores, vou desvendar um pouco do que podem encontrar no livro "Padre Nosso". Abaixo podem ler o PRÓLOGO e um excerto do Capítulo XIV.


Visite a FEIRA DO LIVRO em peniche até 5 de Agosto de 2007

PRÓLOGO

             As paredes do Palácio do Vaticano ressoaram com a voz irritada do Papa Bento XVI. Normalmente calmo, a prudência nunca fora um dos seus principais atributos e, naquele dia, tinha passado completamente dos limites enquanto gritava furiosamente em alemão dentro da sua sala particular:
            «E não quero saber o que Wojtyla pensava. Karol Wojtyla foi o passado, agora somos nós que temos de tomar as nossas próprias decisões. Eu quero os culpados apanhados e condenados. Quero todos os nomes, desde o mais baixo até ao cabecilha e quero isso resolvido quanto antes.»
            Outra voz num tom calmo e muito mais baixo respondia-lhe em italiano:
            «Mas… Sua Santidade, não será melhor reflectir antes de tomar essa decisão? O papa João Paulo II e os outros antes dele tinham os seus motivos para tentarem resolver as coisas de outra maneira. Não quer tentar saber mais antes de avançar?»
            «O Wojtyla não teve treino militar, era polaco e era adorado por ser fraco. A Igreja não pode demonstrar fraqueza perante ninguém. Não somos um estado independente por baixar a cabeça, embora seja essa a imagem que passa para fora. Não podemos compactuar com o demónio. Eu sei perfeitamente que devemos ser prudentes ao mexer em alguns assuntos mas, mais importante é descobrir e desmascarar os culpados, pois um acto destes não pode ficar impune.»
            Três vozes responderam em uníssono:
            «Abençoado o herdeiro de S. Pedro.»
            Momentos depois, a habitual tranquilidade voltava a instalar-se no ambiente protegido pelas grossas paredes do edifício.


CAPÍTULO XIV

            (...)A porta gradeada de aço maciço fechou-se atrás de Durval assim que ele entrou. O guarda trancou cuidadosamente a caixa cinzenta na parede que protegia o sistema de abertura individual de cada cela fazendo ecoar o já característico Clank das fechaduras reforçadas.
            O padre encontrava-se deitado numa estreita cama de ferro com pouco mais de meio metro de altura onde se via obrigado a flectir as pernas para que estas se conseguissem acomodar por cima do quase invisível colchão pouco mais espesso que um comando de televisão. Um ponto de luz no tecto e uma janela ainda mais pequena que a existente no escritório do primeiro-cabo, completavam a débil decoração.
            – Boa noite Sr. Padre! – Exclamou Durval em voz alta ao ver que o padre não reagia à sua presença.
            O padre António levantou os olhos pachorrentamente e mirou a figura que se encontrava à sua frente durante alguns segundos, voltando depois à posição inicial. Ficou assim mais alguns segundos até que se levantou de um salto fazendo Durval recuar perante o acto inesperado do sacerdote. Este estendeu a mão e indicou-lhe o sítio onde estivera deitado num convite.
            – As instalações são modestas mas, sentados cabemos os dois. – Disse em tom de laracha. – Então o que o trás aqui? Não me vai dizer que se deu ao trabalho de vir falar comigo à prisão só para tratar dos pormenores da visita à igreja com os seus colegas de tropa.
            – Sabe bem que não é esse o motivo. – Começou Durval aceitando o convite do padre e sentando-se. – Aliás, perante a situação actual, já deve ter calculado que a minha insistência nessa visita foi para ver a sua reacção. Se não o adivinhou, estou a dizer-lhe agora.
            O padre ajeitou-se na cama recostando-se ao canto da cela sem deixar escapar um som nem mudar a sua impávida expressão, limitando-se a esperar que Durval continuasse.
            – O.K. Eu não vou estar aqui com rodeios e vou directo ao assunto. Você deu liberdade ao Jofre para fazer o que achasse melhor e, foi o que ele fez. Entendeu que eu o poderia ajudar e contou-me toda a conversa que vocês tiveram hoje de tarde.
            A frase inicial teve o efeito pretendido e o padre baixou um pouco a guarda, dando-se ao trabalho de responder.
            – Já calculava que isso iria acontecer, o que me leva a fazer novamente a mesma pergunta: E o que está aqui você a fazer? Que eu saiba, não é advogado para me defender. Veio tentar obter uma confissão em troca de uma pena mais curta? Veio cá a pedido do Jofre? Aquele coitado é uma jóia de pessoa mas, também ele não sabe mais do que aquilo que eu lhe contei e, de certeza nada do que eu lhe disse me pode ajudar. O que quer afinal? Eu não vou acrescentar mais nada ao que disse anteriormente no interrogatório feito pelo cabo Dias. Coitado desse também! Pensa que é o maior mas nem consegue ver o que acontece debaixo do seu nariz.
            – Já terminou? – fez uma pausa para ter a certeza que o padre o iria ouvir. – Eu estou aqui porque penso que não foi você que matou a Dora. Acho que foi apanhado num enredo muito para além das suas capacidades de o resolver sozinho e acho que é um homem bom que eu não gostaria de ver apodrecer na imundice de uma prisão. – Fez mais uma pausa. – Perguntou-me o que vim fazer aqui? Vim tentar evitar que você se destrua e que, por causa de alguns indivíduos perca a fé na igreja. Vim procurá-lo porque está na hora de alguém por um fim a esta guerra de interesses e a todo o mal que dela provém. Vim falar consigo porque é o único que me pode ajudar a terminar com tudo isto. – Uma nova pausa, desta vez mais prolongada seguida de uma espreitadela para o relógio. – E tenho quinze minutos para o fazer.(...)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Lançamento do livro "Padre Nosso"

No próximo Sábado, dia 21 de Julho às 21.oo horas, estão todos convidados para o lançamento do romance policial com o titulo "Padre Nosso" de Vicente Cândido que terá lugar no Auditório do Edifício Cultural da Câmara Municipal de Peniche precedendo a famosa actriz Maria Vieira na apresentação do seu livro "As Minhas Viagens" no café do Clube Recreativo Penichence.

Podem consultar a sinopse do livro AQUI, mas posso adiantar que a maior parte da acção se passa no Concelho de Peniche, ora não fosse o autor residente nessa linda terra.

Pra finalizar e utilizando um velho "Cliché": Venha, e traga um Amigo!



Clique aqui para Visualizar o convite



Para quem ainda não sabe onde fica o Edifício Cultural, fica aqui também um mapa para facilitar a localização tanto a residentes no concelho como aos visitantes que, como sabemos, são muitos nesta época do ano.



Clique para ampliar ampliar mapa








segunda-feira, 16 de julho de 2007

Poemas IX - Uma Mosca

E para deixar por alguns instantes os assuntos mais sérios de lado, vamos fazer
justiça a um dos mais usuais hospedes das nossas casas, as Moscas.

Espantada aqui e além
vai a mosca impertinente.
Zune e voa pela casa,
atormenta toda a gente.

Mata-moscas se agitam
numa tentativa vã
de apanhar a mosquinha
que volta sempre amanhã.

Com o rabo reluzente
vem a mosca varejeira
pousa leve e delicada
num monte de caganeira.

Não repara enquanto come
que alguém horrorizada
olha para a porcaria
e, é outra vez espantada.

Coitada da pobre mosca
que não estorva ninguém,
qualquer bosta a contenta
mas nem na merda está bem.

Entra em casa novamente
procurando mais comida,
a medo, pousa na mesa
com a toalha estendida.


Aquelas simples migalhas
olha-as com sofreguidão
e encontra nesses restos
a almejada refeição.

Já depois de bem tratada
não repara, com certeza
numa mão forte e pesada
que a espalma na mesa.

Coitada da varejeira
que por comer em má hora
nunca mais se levantou,
morreu com as tripas de fora.










© H. Vicente Cândido (15-01-2007 – Serra d’el Rei)


terça-feira, 10 de julho de 2007

Poemas VIII - Desabafo..!

Clique para voltar ao início do Blog.

Ouvi!
Ouvi e falei até de mais.
Ouvi o que quis,
o que não quis
e, falei.
Magoei talvez alguém
mas, digo também:
Como se pode evitar
falar do coração?
Perdão?
Não vejo qual a razão
nem qual a necessidade
de existir uma desculpa
para quem diz a verdade.
Ouvi!
Uma e outra vez
as mesmas palavras
e frases absurdas,
ofensas sem nexo
de traição e sexo.
Magoado,
optei por ficar calado.
tentei não mais ouvir
e, também
inventei estar tudo bem.
Fingi!
Fingi que não liguei
mas, ouvi…
e chorei.






© H. Vicente Cândido, 28-12-2006 (em Peniche, sentindo a brisa do Mar)


domingo, 8 de julho de 2007

Tasquinhas Rurais - Ferrel 2007


Inicia-se no próximo dia 14 de Julho a 10ª edição das Tasquinhas Rurais do Concelho de Peniche.

Esta iniciativa é organizada anualmente pelas freguesias de Ferrel, Atouguia da Baleia e Serra d'el Rei e conta com o apoio da Câmara Municipal de Peniche e da Região de Turismo do Oeste.

Neste evento, este ano tendo como anfitriã a freguesia de Ferrel, podemos deliciar-nos com os melhores pratos que compõem a gastronomia regional, confeccionados pelas associações participantes enquanto apreciamos a variada animação musical que decorrerá durante os nove dias de duração das Tasquinhas.


Tasquinhas Rurais de Peniche - Ferrel 2007

PROGRAMA


Sábado 14
  • 16 h - Banda Filarmónica da Atouguia da Baleia
  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Zagaias

Domingo 15

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Noite de Fados

Segunda 16

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22h - Né V.H.V.

Terça 17

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Nuno Jorge; Rebeca

Quarta 18

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Miosótis

Quinta 19

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Cantar de Amigos; Grupo Cavaquinho das Caldas

Sexta 20

  • 20 h - Animação de Rua
  • 21 h - Pé D'Areia
  • 22 h - Festival de Acordeão

Sábado 21

  • 20 h - Animação de Rua
  • 22 h - Nautilus

Domingo 22

  • 16 h - Festival de Foclore
  • 20 h - Animação de Rua




RÁDIO OFICIAL          Blog da 102 FM

Clique AQUI para ouvir a 102 FM



sábado, 7 de julho de 2007

Livro - PADRE NOSSO

Depois de uma semana de ausência, volto com uma noticia que me deixa particularmente satisfeito. O policial de ficção da minha autoria com o título "Padre Nosso" está finalmente pronto e o seu lançamento vai ser em breve na cidade de Peniche.

Nos próximos posts podem contar com informações mais actualizadas, bem como excertos de alguns capítulos mas, por agora e apenas para espicaçar os leitores, cerca de 1250 visitantes no espaço de 2 meses, (o Blog ainda é uma criança), vou deixá-los com uma sinopse da história, a mesma que poderão encontrar na contra-capa.

Espero que gostem.

Padre Nosso - Vicente Cândido


SINOPSE


Leandro Durval, ex-combatente da guerra colonial, tornou-se um pacato e simpático proprietário de um restaurante perto do Forte de Peniche.

A sua curiosidade leva-o mais uma vez a cruzar o caminho da G.N.R. local e, o que parecia ser apenas mais uma história de contrabando transforma-se numa demanda pela verdade.

A igreja, o estado português e altos membros das forças policiais, enfrentam-se numa guerra oculta com séculos de existência pela posse do manuscrito deixado pelo único papa português, João XXI.

Das catacumbas da Igreja de São Leonardo em Atouguia da Baleia, ao Palácio de São Pedro no Vaticano, este policial repleto de acção remete-nos para o inicio da era Cristã e transporta-nos através do tempo para a corrupção da Igreja nos nossos dias.

Tendo como base um tema bastante sério, o exagero de alguns factos até ao limite do absurdo torna este policial delicioso e descontraído.

O Autor afirma que, embora seja baseada em factos, lugares e personagens reais, toda a história é pura ficção mas… será mesmo?